A crescente adoção de políticas ambientais, sociais e de governança (ESG) nos empreendimentos agrícolas aguarda por emergir maiores benefícios ainda ocultos, os quais podem surpreender os produtores, empresários e acionistas.
A conquista de selos de certificadoras, ou mesmo, o simples movimento das equipes para alcançá-las já agregam alto valor à atividade, pois a busca por maior equilíbrio nas relações entre meio ambiente, sociedade e os componentes de produção beneficia a todos.
O acelerado crescimento do mercado de biológicos na agricultura brasileira, por exemplo, constitui clara resposta a uma série de incentivos ligados, tanto às questões ambientais quanto à visão de evolução da agricultura e de mercado rumo à sustentabilidade.
Avanços na adoção de produção própria de bioinsumos no Brasil (“on farm”), como exemplo, permitiram o desenvolvimento de práticas simples, seguras e de baixo custo para expansão dos biológicos em benefício do agronegócio.
Assim, os elementos desta evolução, desenham ambiente muito próspero para os empreendimentos agrícolas.
Acréscimos nas taxas de fixação de CO2, redução de emissões fruto do melhor equilíbrio em atividade biológica do solo e manutenção de sua matéria orgânica são emergentes. As práticas agrícolas visando ambiente mais regenerativo favorece a resiliência, capacidade do ambiente de produção suportar intempéries, pragas e doenças
A eficiência de fertilizantes em solo com equilibrada atividade biológica, além de permitir ajustes nas doses, gerando redução de custo, também contribui para emissões reduzidas de óxido nitroso (N2O), um dos grandes vilões nas mudanças climáticas.
O manejo biológico integrado com o químico eleva a eficiência do controle fitossanitário favorecendo a longevidade das moléculas químicas que, quando rotacionadas com biológicos, dificultam a resistência das pragas e doenças e, mais uma vez, permite reduções de custo com insumos de elevada pegada de carbono em sua cadeia de custódia.
Temos atualmente uma indústria e agricultura naturalmente estruturada com inúmeros processos e insumos tradicionais, assim como todo o resto do planeta. Mas, embora tais ferramentas ainda sejam muito essenciais à manutenção das nossas atividades, o avanço da biotecnologia já tem permitido conversões para processos e insumos menos agressivos, o que reduz os riscos de acidentes ambientais bem como a exposição de nossos colaboradores a possíveis contaminações.
Contudo, com as naturais mudanças, as novas tecnologias se destacam por promover significativas alterações na rotina e cultura das unidades de produção para entregar resultados em benefício do agronegócio como um todo.
Elton Martins
Tacita Agro